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segunda-feira, 17 de maio de 2010

O tempo preservado

Matéria feita para a disciplina de Produção de Mídia Impressa e Digital em RRPP:




Criado em 1974, o Museu de Comunicação Hipólito José da Costa está voltado para conservação, pesquisa e divulgação da história da Comunicação Social. Promove atividades culturais para que estudantes, pesquisadores, profissionais da comunicação e a sociedade possam vivenciar a trajetória da imprensa, televisão, rádio, publicidade e propaganda, fotografia e cinema. Localizado no Centro Histórico de Porto Alegre, o Museu viabiliza a preservação da memória cultural dos acontecimentos do Rio Grande do Sul, oferecendo um acervo inestimável relacionado ao patrimônio da comunicação, além de cursos, palestras, seminários, mostras temáticas e eventos.
Às vésperas de completar 35 anos, o memorial entrou em reforma. A intervenção pretende apagar as marcas da ação do tempo e conta com o Programa Monumenta, projeto de recuperação do patrimônio cultural urbano brasileiro, realizado em parceria com o Ministério da Cultura e Banco Interamericano de Desenvolvimento.

Viva o Centro

Com o objetivo de estimular a área central, o Centro de Porto Alegre é abraçado por um projeto da Secretaria de Planejamento Municipal. O Viva o Centro, além de atrair visitantes, preocupa-se com a paisagem, a recuperação de prédios e áreas públicas, o transporte coletivo e individual, a segurança, a moradia e o comércio informal. O Museu Hipólito José da Costa é uma das atrações culturais atendidas pelo projeto.

Histórico

O Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, entre os anos 1922 a 1937, foi sede do jornal “A Federação”. O diário tinha o objetivo de divulgar os ideais republicanos do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR). Em 1974, a instituição foi transformada em Museu. Em 2010, passa por mudanças e disponibiliza para pesquisas cerca de oito mil exemplares de revistas e jornais, com temas relacionados a todos os setores da comunicação.

As mudanças começaram pelo subsolo, passando pelo mezanino, hall e salas de acervo, ganhando novas cores, equipamentos, renovando a estrutura antiga e sua identidade. A vice-diretora Maria Esther Saldanha do Museu e a Secretaria Estadual da Cultura solicitam mais investimentos de voluntários para tornar o edifício acessível aos portadores de necessidades especiais. Futuramente, é pretendido obter recursos para climatizar o local e trocar os elevadores.

A agência de Publicidade e Propaganda, SLM Ogilvy, responsável pela renovação da identidade do museu, liderou uma intensa mobilização de diversas empresas da área de comunicação, que contribuíram, disponibilizando profissionais, equipamentos e materiais de forma gratuita. O nome da instituição passou de "Museu de Comunicação Social" para "Museu de Comunicação", simplificando-o. O Logotipo também foi renovado, inspirado num novo conceito desenvolvido "Você vê. Você ouve. Você lê. Você vive.”. Segundo Daniela Maciel, assistente de Mídia da agência SLM Ogilvy, a mudança de identidade é essencial para que o memorial tenha maior visibilidade entre estudantes, profissionais da comunicação e curiosos. “Com o layout simplificado, o objetivo do Museu ficou claro e mais atraente”, destacou a publicitária.

Com o apoio de inúmeras entidades por trás dos projetos e campanhas, o Museu Hipólito busca ainda uma maior participação da sociedade. A visita é uma boa opção para quem procura cultura e lazer. Para conhecer a história da Comunicação, o Museu fica disponível gratuitamente para todos os públicos de terça a sexta-feira das 9h às 18h e, aos sábados, das 9h às 12h30min.

Setores do Museu

Dispostas em setores específicos, as exposições do Museu de Comunicação Hipólito José da Costa se dividem por áreas da comunicação. Peças do acervo datam desde o século XIX até os dias de hoje.

No setor de Rádio e Fonografia, localizado no terceiro andar do prédio, são disponibilizados documentos sonoros e gráficos e de equipamentos fonográficos, como Scripts de programas radiofônicos dos anos 40, 50, 60, gravações com registro de eventos, depoimentos e entrevistas relacionados à atividade política e cultural do país e gravações de jingles e spots veiculados ao rádio brasileiro.

O setor de Vídeo e Televisão guarda a memória do material usado para a produção, transmissão e recepção de televisão. No acervo encontram-se scripts de programas televisivos, filmes em vídeo e documentários, além de acervo de equipamentos e programas da TV Piratini – Canal 5, inaugurada em 1959 e um televisor a válvula quando chegou a Porto Alegre, nos anos 60.

A área de Imprensa Escrita, jornais, revistas e cartuns publicados no Estado e também pelos principais periódicos do país fazem parte da exposição. Entre os mais de 3.000 títulos, destacam-se, entre outros títulos, o Diário de Porto Alegre (1827), primeiro jornal impresso no Rio Grande do Sul; O Noticiador (1832), primeiro órgão de imprensa do interior do Estado; O Sentinela do Sul, primeiro jornal ilustrado do Sul do país (1867); A Reforma (1869) e A Federação (1884), exemplares da fase do jornalismo político-partidário do Estado; Partenon Literário (1871), revista de grande expressão cultural na Porto Alegre do Século XIX; e a Revista do Globo, lançada em 1929, com sucesso de repercussão nacional.

O principal do setor de Publicidade e Propaganda é a preservação e reconstituição da memória desta atividade no Rio Grande do Sul, além de contar com materiais nacionais e de fora do país. Impressos, folhetos de propaganda política, religiosa, cartazes, catálogos, bilhetes de loteria, calendários, brindes e jingles formam o acervo.

O Setor de Fotografia dispõe de coleções de fotógrafos de conhecida relevância no cenário cultural, ou que atuaram na imprensa gaúcha, além de equipamentos fotográficos, em diversos exemplares datados, principalmente, entre 1890 e 1940.

Na área do Cinema é preservada a memória da produção cinematografia do Estado. Neste caso o acervo é composto por documentários, cinejornais, curtas-metragens, e telejornais, datados de meados da década de 40 até a década de 80. São registros da vida cotidiana, aspectos sociais e eventos políticos.

Através de um Projeto aprovado e financiado pela Fundação VITAE de São Paulo, no setor da Reserva Técnica, o Museu implantou peças para exposições tridimensionais, incluindo equipamentos da Extinta TV Piratini e da extinta CRT, disponível através de comodato. Foram adquiridos armários deslizantes de compactação de arquivos, desumidificador, computador e software para tombamento e informação das peças.

Quem foi Hipólito José da Costa?

Nascido em 13 de agosto de 1977, na Colônia do Sacramento, Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça foi jornalista, maçom, diplomata brasileiro e patrono da Academia Brasileira de Letras. Hipólito se formou em Leis, Filosofia e Matemática. Além do Brasil, passou por Portugal, Estados Unidos, México, Inglaterra, Espanha, Grã-Bretanha. Teve uma grande participação na luta por idéias liberais. Em Londres, no ano de 1808, fundou o primeiro jornal brasileiro: Jornal Braziliense. Faleceu em 1823 e in memorian foi nomeado cônsul do Império do Brasil. Hoje nosso país o considera Patrono da Imprensa.

Por: Julia Gebhardt Wilhelm, Telma Silvino Lambert, Márcio da Silva Oliveira, Thamira Santana Mendina

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